quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Por menos "mimimi" e mais cerveja*



Já vivemos na era das cavernas, no período do feudalismo, na revolução industrial, guerra fria, revolução digital e tecnológica e definitivamente estamos na era do “mimimi”. Nunca vi um povo reclamar tanto, ser tão sensível e cheio de direitos como a população que habita esse planeta atualmente.
Roger Moreira do Ultrage a Rigor escreveu uma música há décadas atrás que se chama “Eu gosto é de mulher”, e na letra ele diz: eu sou assim meio atrasadão, conservador, reacionário e caretão, pra quê ser diferente, se eu fico sem mulher eu fico até doente, mulher que lava a roupa, mulher que guia carro, mulher que tira a roupa, mulher para tirar sarro...
Imagina isso hoje. Os hipócritas iam cair de pau no Roger, iam dizer que isso rebaixa a mulher, que ela foi citada como mera dona de casa, objeto sexual, enfim, um monte de idiotices. Uma simples música ia ser matéria para três páginas da VEJA, iam abrir debates nos programas de pessoas “cultas” que entendes de todos os tipos de assunto do universo, enfim, iam gerar uma discussão extremamente banal por uma simples letra de uma música. O cara simplesmente colocou na letra o que ele sente: eu gosto é de mulher! E qual homem que não gosta?!
O problema é a sensibilidade humana que está acima do limite aceitável. Tudo que você fala em um determinado tom já é encarado como preconceituoso, machista, fora da realidade, não se encaixa nos padrões modernos, e mais um monte de coisas. Hoje somos obrigados a gostar de todo mundo, aceitar tudo que se faz aqui neste Planeta Terra e não temos mais o poder de mandar ninguém à puta que pariu (me desculpem o palavrão).
Ora, espera lá, vai devagar com o andor meu filho. Tenho opinião própria, fui criado assim, estudei, e tenho o direito de falar o que eu quero, gostar de quem eu quero e emitir minhas ideias e opiniões sim. Desde que eu respeite o outro, não abuse desse meu direito e não agrida ninguém, eu quero ser livre para me expressar. Se isso incomoda alguém, saiba que certas atitudes também me incomodam e o mundo possui um tamanho razoável que nos permite viver em harmonia, cada um no seu canto e seus ideais.
Se uma pessoa chegar em  um lugar com sua família e ali tiver um casal gay se pegando e ele não quiser que seus filhos vejam aquela cena e se retira do local, o mundo vai cair na sua cabeça. Mesmo ele tendo sido educado de uma maneira diferente, mesmo que sua crença religiosa não entenda aquilo como certo, enfim, tudo que lhe foi repassado durante toda a sua criação, quando seu caráter foi formado tem que ser jogado fora porque os outros querem e acham que hoje não cabe mais esse tipo de atitude. Ora, tenha santa paciência.
Não me venha com o “mimimi” me chamando de preconceituoso. Calma aí, quem disse que eu sou obrigado a gostar de tudo que acontece por aqui nessa Bola Azul chamada Terra? Não sou não. Não vou nunca tratar alguém mal, falar impropérios, tecer qualquer comentário que denigra alguém simplesmente pela sua escolha sexual, cor da pele, status social, enfim qualquer coisa. Eu quando eu não gosto de uma pessoa primeiramente eu tenho que conhecê-la para depois emitir uma opinião sobre ela, esse negócio de julgar, ter um pré-conceito de alguém é coisa de pessoa fraca das ideias.
Não gosto de pessoas que citam uma característica sua para exigir direitos ou se fazerem de vítimas. O famoso Ah, só fez isso porque sou negro, porque sou gay, porque sou pobre, porque sou índio, porque sou cadeirante, porque sou velho, porque sou... Hoje em dia todo mundo quer ser “minoria”, quer tirar vantagem de tudo. Põe na sua cabeça que nada disso faz de você melhor ou pior do que alguém, não te faz ter mais direito ou menos direito do que as demais pessoas, se é que essa outra pessoa também não se encaixa em alguma nova classe que foi criada para ter privilégios sem dizer o porque.
Uma coisa é você criar leis que permitam acessibilidade para um cadeirante, fila preferencial para idosos e gestantes, outra coisa é você criar cotas nas universidades para negros. Por quê? Qual o sentido disso? Ah, o país tem uma dívida com eles devido a época da escravidão! E a pessoa que não for considerada negra, o que ela tem a ver com isso? Um negro que cursou as melhores escolas disponíveis tem que ser privilegiado no lugar do menino branco que só estudou em escola de péssima qualidade e com certeza nunca terá a chance de ser tão competitivo intelectualmente a não ser que ele seja um gênio? Repito, qual o sentido disso?
Vivemos na época do capitalismo, só tem predadores no mundo. Tem que vencer quem são os melhores, foi assim desde a época de Darwin. É a seleção natural. O Roberto Justus estava em um programa de humor e o apresentador colocou três mulheres lindas na frente dele e perguntou qual ele contrataria. O apresentador, querendo ser engraçado disse que era a mais gostosa. O Justus naquela elegância dele disse o seguinte: eu contrataria a mais competente. Simples assim. Não contrataria ela por ser negra, gay, cadeirante, índia, mulata, asiática, amarela, enfim, ele escolheria quem encaixasse no perfil que ele queria e esses detalhes acima mencionados não contam na hora de colocar seu cérebro para funcionar e gerar lucro para a empresa que qual você foi contratado.
Esta semana vendo uma rede social e vi uma pessoa se manifestar sobre o aborto. Era contra. Ótimo, eu também sou, mas e a opinião do outro, não pode ser levada em consideração? Existe uma lei que pune o aborto, porém, ela permite que em algumas situações seja legal essa prática. O Nosso Supremo Tribunal esta semana permitiu o aborto até três meses, e alegou entre outras justificativas o direito igual entre homem e mulher. Sem entrar no mérito da questão, só queria dizer aos radicais que são contra, alegando que ali tem uma vida: não abortem! Deixa quem quiser abortar que faça, desde que seja de maneira legal. Se o pai e a mãe daquele feto não tem amor na criança que está ali dentro, não será você que irá amar.
Poderia se alegar que o feto é indefeso. Sim, mas milhares de pessoas indefesas morrem todos os dias e ninguém grita por elas. Respeite a mulher grávida, respeite o corpo dela e suas convicções, sejam elas religiosas, morais ou estéticas.
Tem muito mais “mimimis” hoje em dia. Acho que devemos lutar por aquilo que acreditamos, devemos ir às ruas sim, mas desde que seja por algo que valha a pena, vamos respeitar a opinião do outro, o estilo de vida de cada um, saiba que nem todo mundo gosta de você, independente por qual motivo seja, às vezes pode ser uma coisa besta, mas deixa de ser chato e aceite isso.
Não fique invadindo escolas, nem virando carros nas ruas para se fazer ouvir. O mundo está cheio de lugares e meios para se discutir algo que você acredita, essa ideia de ser revolucionário, de usar camisetinha do ditador de boina, de charuto, não cabe mais hoje em dia não. Hoje a guerra é de inteligência, tem que usar o cérebro. Fica a dica.
Donald Trump foi eleito para isso. Pelo fim do “mimimi”. Falou o que quis, defendeu seus ideais, suas convicções, foi real, não omitiu nada do que pensa e foi eleito Presidente da Democracia mais invejada do mundo. Gostou da vitória dele? Não? O choro é livre...

* eu li isso em algum lugar e achei perfeito. Provavelmente foi em alguma rede social ou site de cerveja.


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Inteligência Musical



No último final de semana fui a um show de Rock. Como cheguei bem cedo, fiquei observando o que envolve essa paixão, o que leva uma multidão vestida de preto em um domingo chuvoso a ir para um estádio de futebol para ver uma banda que já está na estrada há mais de vinte anos.
Sou apaixonado pelo Rock, e tudo o que eu escrever aqui pode ser suspeito e parcial, mas tudo bem, não ligo para isso.
Vamos começar com a chegada ao estádio. O preto era a cor que mais predominava naquele dia. Diria que algo em torno de 95% das pessoas que ali estavam vestiam a cor do Rock. E não eram roupas caras, nem modinhas, porque quem vai a um show como esses vai ali para escutar a música, ninguém vai ali para pegar mulher, pelo open bar, ou para desfilar, como fazem a maioria dos que vão a um show sertanejo, axé ou funk.
O fã de Rock se prepara muito para ir a um show como esse, onde uma banda mundial vai se apresentar na cidade onde ele mora e talvez nunca mais ele os veja ao vivo novamente. Por isso é um dia especial, aliás, desde quando se fica sabendo que algo dessa magnitude vai estar ali no quintal da sua casa o fã já fica ansioso.
Não se pode comparar o espetáculo de uma banda de Rock a um show de uma dupla sertaneja, de uma cantora de axé, ou de funk, que toca todo dia em qualquer lugar aqui no Brasil, pois seu alcance musical se limita às fronteiras brasileiras. Sair daqui é sinônimo de fracasso total, o que é plenamente justificável já que se trata de algo regional, ou você conhece outro país que tocam esse tipo de “música”?
No dia desse show pude ver a presença de todo e qualquer tipo de pessoa: jovem, adulto, pessoas mais velhas, homens, mulheres, todos estavam ali reunidos única e exclusivamente para ver aquela banda. Quando eu digo banda, digo todos que fazem parte dela: vocalista, baixista, baterista, guitarrista, todos eles são fundamentais e igualmente idolatrados, aliás, especificamente neste dia digo que a volta do guitarrista da formação original foi o responsável pela presença de inúmeras pessoas que ali estavam e sonhavam e vê-lo mais do que o próprio vocalista.
Isso é um diferencial do fã de Rock. Nós sabemos a importância de todos os integrantes daquele grupo, brigamos para decidir quem é o melhor naquele instrumento e uma saída deles da banda pode representar o fim do grupo ou a sua derrocada. Agora, te pergunto: você sabe quem é o guitarrista da sua dupla sertaneja favorita, da sua cantora de axé? Aliás, você sabe o nome deles na carteira de identidade? Os fãs desses gêneros musicais na maioria das vezes não se preocupam com isso, só querem saber do vocalista, o resto pode ser qualquer um.
Quando começa um show de Rock, sua única preocupação é com a música que está tocando. Você não se preocupa em alugar a menininha, não se preocupa com as bebidas do open bar, se tem uma almofadinha para você sentar, não se preocupa se a escova que você fez no cabelo não pode ver chuva, enfim, quando se vai a um show desses você vai para ver a banda, o único e real motivo para você estar ali, o resto nada mais importa.
O show o qual assisti teve a duração de três horas. O som estava impecável, a organização foi perfeita, não houve um princípio de briga, todos entraram e saíram civilizadamente, e a chuva que resolveu cair apenas aumentou o ânimo do público. Deixo registrado que as pessoas que ali estavam não eram maconheiros, com tatuagens, piercings em locais estranhos, cabeludos, e todo o tipo de preconceito que os não-rockeiros gostam de citar. Ali estavam pais acompanhando suas filhas, famílias completas, amigos, enfim, pessoas normais que na segunda-feira iam todos trabalhar, mesmo porque com o preço do ingresso caro como foi, não era ali um local de vagabundos como alguém possa imaginar.
Como disse no princípio não sou fã desses gêneros musicais exclusivamente brasileiros, prefiro sempre o bom e velho Rock and Roll, um gênero musical que nunca vai morrer e é tocado desde uma simples cabana no fim do mundo até um Estádio lendário como Wembley. E se toca no Planeta inteiro, para todo o tipo de civilização é porque é bom e merece ser compartilhado com o mundo inteiro.
Ser Rockeiro faz bem para a saúde, para sua vida. Ser Rockeiro é gostar de um estilo musical imortal e universal. Para escutar Rock você não precisa estar depressivo, com dor de corno, nem precisa usar um abadá colorido, basta apenas estar vivo, não precisamos de motivos para apreciar o que é bom. Um bom Rock and Roll cabe a qualquer hora e em qualquer lugar.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Inferno



A capa da revista VEJA desta semana é de um milionário brasileiro, dono de uma das maiores construtoras do mundo, e que está há um ano preso suspeito de ter praticado alguns delitos relacionados à corrupção, pagamentos de propina, tráfico de influência enfim, não tenho acesso aos autos, mas basicamente é isso. A minha grande indagação é: até quando valeu a pena?
Esse cidadão está atrás das grades vivendo os últimos 365 dias de sua vida em um quadrado, dividindo sua privacidade com outras pessoas, sem poder usufruir de nada que sua riqueza adquiriu ou possa adquirir. Ele não pode beber uma cerveja com seus amigos, ver um filme na televisão, conversar com seus familiares, administrar sua empresa, levar seus filhos na escola, sair para jantar, jogar um futebol no final de semana, enfim, ele não pode nada.
Até onde valeu a pena se envolver em algo tão grandioso como o que está sendo acusado, se no final nada deu certo, ele acabou atrás das grades, sua família e seu sobrenome foram expostos, sua empresa pode ir a bancarrota e seu negócio que era sinônimo de solidez simplesmente amarga os piores dias deste sua fundação.
A ganância de sempre querer mais dinheiro, a vaidade de ser colaborador e amigo das maiores autoridades do seu País, pode levar a consequências desastrosas e humilhantes como a que esta pessoas está passando agora. Oxalá vivêssemos em um mundo onde donos de empresas de tamanho porte seriam proibidos de ter qualquer tipo de contato ou amizade com pessoas do poder público, não que isso seja ilegal, mas é bastante imoral.
Ah, mas ninguém pode ser proibido de fazer amizades! Tudo bem, mas não posso concordar na existência de ligações tão próximas entre partes tão interessadas como essas. Um dono de uma construtora e um Presidente da República não podem compartilhar o mesmo avião, não pode um contratar ao outro para fazer lobby no exterior, não pode haver esse toma lá dá cá. Fica muito estranho essa relação e as transações sempre irão gozar de dúvidas sobre sua real legalidade e honestidade na concorrência com outras empresas cujos presidentes não gozam de tanto prestígio com a alta corte republicana.
Este Senhor que está preso há um ano não sabe o que é viver desde então. Não é possível que ele pense que valeu a pena se envolver em tantos contratos com o Governo onde pairam inúmeras denúncias de corrupção. Não se pode deixar de dar valor à liberdade, o bem mais precisos que temos após a vida.
Quantos milhões de dólares essa pessoa tem e que agora não lhe serve para nada? Do que adianta amizade com o alto clero da política se agora em que ele está preso ninguém nunca lhe prestou solidariedade? É o mesmo que possuir uma fábrica de gelo no meio da Antártida.
Honestidade não tem preço, caráter não tem preço, liberdade não tem preço. Isso tudo deveria ser levado em consideração por qualquer pessoa antes de assinar um contrato, praticar qualquer ato, ou se envolver com algumas pessoas. Hoje essa pessoa que é capa de uma revista nacional onde sua foto aparece com uma legenda indicando os dias de sua prisão, poderia muito bem sair na capa de uma revista como um dos maiores empresário mundiais.
O engraçado é que essa pessoa teve todo o acesso a tudo desde que nasceu. Se ele for condenado, qual justificativa se dará para ele? A mesma que é dada a um bandido que nasce em uma comunidade? Ou seja, virou delinquente porque foi influenciado pelo meio? Ou foi porque quis mesmo? Por isso que eu falo: a pessoa escolhe o caminho que quer seguir independente da cor da pele e da classe social, pode ser “preto e pobre”, “branco e rico”, “preto e rico” ou “branco e pobre”.
Valeu a pena grande empresário? Valeu a pena expor sua família? Valeu a pena passar um ano na prisão? Valeu a pena ligar o nome da sua empresa a propinas e corrupção? Se você é uma pessoa de caráter, tenho certeza que irá responder que não valeu a pena. Mas a pergunta que eu queria te fazer era a seguinte: vale a pena ajudar a quem te ajudou a ir para o inferno da prisão?

sábado, 23 de abril de 2016

Compartilhar com ou sem limites?


Há algumas semanas atrás eu recebi uma mensagem de um amigo meu sobre uma página no instagram nominada we_have_to_stop a qual ele disse que daria um bom tema para ser escrito aqui. O tema é o uso sem limite e assustador do celular em toda e qualquer situação da vida de uma pessoa. Aposto que muitos que estão lendo este POST agora se encaixam nesta situação (inclusive quem vos escreve).

Afinal qual é o limite para se postar um fato na internet? Tenho certeza absoluta que hoje não há limites, postamos desde o resultado do órgão excretor humano até onde a imaginação conseguir chegar. Somos bombardeados por fatos e fotos inimagináveis que nos causam as mais diversas reações que nos fazem compartilhar, curtir, chorar, sorrir, ser irônico, e a maioria das vezes nos faz ter inveja de não ter sido o autor daquele POST, de estar naquele lugar, comendo aquela comida, com aquela companhia, enfim, qualquer situação que faça aguçar o mais praticado dos pecados capitais.

Existem diversos tipos de usuários dos perfis sociais. O mais comum é aquele que quer apenas dividir o que está acontecendo em sua vida atualmente sem nenhuma maldade, sem nenhum compromisso, sem nenhuma intenção de causar sentimentos negativos em ninguém. Geralmente é aquele que posta fotos da família, dele em um buteco bebendo uma breja, foto do cachorrinho de estimação, foto do prato de comida com arroz, feijão, bife e batata frita entre outras coisas bem inocentes.

Existe o perfil de usuário que gosta de postar o que não é. Posta foto em um carro importado, mas na verdade ele está apenas de carona. Posta fotos de lugares paradisíacos ou nos lugares da moda mas está ali bancado por um amigão seu. Posta foto bebendo whisky 18 anos mas quem banca é o famoso amigão. Um mês atrás eu fui em um aniversário de criança e um amigo da minha esposa definiu uma pessoa que é esse tipo de gente: “A fulana é aquele pessoa que não tem nada na vida mas é amiga do cara que tem carro importado, anda de helicóptero, patrocina as festas, mas ela mesmo não tem nada”.

Existem vários outros tipos de usuários. Tem o que só postam coisas de igreja, quem só posta putaria. Os que gostam de política e são contra ou a favor do partido do governo atual, enfim, cada um tem o seu perfil nas redes e faz dela o proveito que achar melhor.

Mas o que quero realmente dizer aqui é: qual é o limite disso tudo. A que ponto chegamos de largar de fazer coisas realmente úteis para ficar de frente para um tablet, celular ou computador para expor a sua vida ou saber da vida alheia? Um vocalista de uma banda mundialmente conhecida que esteve aqui no Brasil recentemente disse que o brasileiro é engraçado pois paga caro para ver um show dele e acompanha tudo pelo celular, fica só fazendo selfie, filmando ou fotografando ao invés de acompanhar o que realmente importa que é a banda que está ali a poucos metros de distância.

Semana passada eu estava ouvindo um programa na rádio quando os apresentadores estavam fazendo propaganda de um aplicativo de cantadas virtuais. Espera aí pessoal, desde quando você paquera alguém através de mensagens do celular? Que coisa mais sem nexo é isso. Por isso que os adolescentes de hoje não conseguem trocar meia dúzia de palavras com o sexo oposto, pois não tem coragem ou simplesmente não sabem conversar. Se tirar o telefone deles parece que tiraram noventa por cento do seu cérebro.

A idéia de que a informação está ao alcance de todos necessita de uma vírgula logo após a palavra todos. O certo seria dizer que a informação está ao alcance de todos, desde que a pessoa pesquise ou leia sobre ela. Não adianta ter um GOOGLE para procurar somente fofocas, baladas e receitas de bolo. E também não adianta fazer um control c, control v, tem que ler o que está escrito ali, fazer um resumo ao menos mental e entender, senão não adianta. Copiar e colar é coisa de criança que está fazendo o primário.

Não resta a menor dúvida que as redes sociais servem para manter contato com amigos distantes, ver o que acontece na vida das pessoas que conhecemos, que somos fãs, ver o que está rolando de bom nessa imensa bola azul onde moramos, o que está na moda, que som está rolando, que lugar paradisíaco é bom para você ir, como fazer uma comida diferente, serve literalmente para tudo hoje em dia. Mas serve para te deixar escravo do mundo virtual e fazer de você um completo babaca.

Nada que vicia é bom. Não tenho nada contra as redes sociais, pelo contrário, sou usuário das principais e acho que elas são muito úteis, mas “beba com moderação dessa fonte” não se embriague nesse mar de informações que lhes são despejadas a cada minuto, não faça da internet um livro aberto da sua vida, lembre-se que não queremos saber de tudo que acontece com você, saiba separar as coisas que podem e as que não merecem ser divulgadas com seus seguidores.

Não gaste todo seu tempo com a internet, tire um tempo para ler um livro, namorar pessoalmente e não virtualmente, praticar um esporte, ir para o bar com os amigos sem precisar conversar pelo whatsapp, enfim, viva a vida “ao vivo” e não apenas virtualmente. Experimente e você vai ver que fora do computador tem uma vida real que vale muito mais a pena do que esse mundo de fantasias que você vê pela tela do seu iphone.

Não menospreze nunca o poder que a internet tem, ela tanto pode te levar ao mais alto grau de conhecimento, como também pode fazer de você um completo retardado...

Fica a dica...

 

 

 

 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Você é VIP?



Nesta semana eu estava assistindo um programa onde uma apresentadora estava ao lado de pessoas que supostamente entende de todos os tipos de assunto e durante uma hora eles discutiram de tudo um pouco. Todos eram pessoas famosas e cada um emitia sua opinião, davam risadas, pediam a participação dos espectadores via redes sociais, mas no final prevalecia o que eles falavam. Aliás, não vi nenhum deles discutindo o que foi enviado pelas pessoas que estavam do outro lado da tela.
O programa tratava de assuntos do nosso cotidiano, e não exigia preparo intelectual algum, ou seja, qualquer um, inclusive você poderia sentar ali naquela cadeira. Até que chegou no último bloco, e a apresentadora colocou como tema o seguinte fato que correu o mundo inteiro alguns dias atrás: um segurança barrou um cantor em uma festa fazendo ele dar meia volta e ir embora para outro lugar.
Até aí, normal, o “problema” segundo essa apresentadora é que esse cantor é ninguém menos do que “Sir Paul McCartney”, que segundo essa infeliz ele era integrante da banda mais famosa que Jesus Cristo e que isso era uma piada, que jamais poderiam ter feito isso com ele, que o segurança não deveria conhecê-lo, porque senão nunca iria impedir a sua entrada. Enfim, ela colocou o Paul como uma pessoa acima de todas e que sua entrada tinha que ser permitida em qualquer lugar do mundo, sendo ele convidado ou não.
Antes que me xinguem ou teçam qualquer comentário, eu não vou aqui discutir a importância do Paul McCartney no mundo, seja ele musical, espiritual, pessoal, enfim nada, o cara é um ícone, isso não resta a menor dúvida mas vamos devagar com o andor. Vou também mencionar que ele levou na brincadeira, não armou barraco algum e saiu do local com uma fleuma britânica que lhe é peculiar. Ele em momento algum disse a famosa frase babaca: sabe com quem está falando?
O que há de errado em barrar uma pessoa em uma festa com lista de presença e o nome desta pessoa não constava neste rol de ilustres convidados? Aliás, falta de educação é você entrar em um local onde você não foi chamado, isso sim. Não existem pessoas que têm livre acesso a qualquer lugar do mundo. No meu trabalho, por exemplo, só entra quem for convidado ou fez algo por merecer estar ali, e olha que trabalho em um espaço público.
Essa apresentadora humilhou o segurança que impediu a entrada do Paul. Ora, e se o dono desta festa, um Rapper, tinha algum problema pessoal com o ex-Beatle? Se eu faço uma festa, entra quem eu quero, meus inimigos e desafetos querem que se f..., quero que fiquem de fora (me desculpem).
Cara apresentadora, em primeiro lugar, achei infeliz sua fala ao dizer que Paul McCartney era de uma banda mais conhecida do que Jesus Cristo. Desnecessário essa sua comparação e por sinal, de pouca criatividade, ainda mais de uma jornalista como você, que teve o auge de sua carreira na MTV de muitos anos atrás. E, ninguém goza de um prestígio que lhe dê passe livre para entrar em qualquer lugar que almeja, lembre-se que o dinheiro e a fama podem muita coisa, mas não tudo.
Ninguém é obrigado a conhecer todas as pessoas, as quais você chamou de VIP no seu programa. Às vezes uma pessoa é VIP para você e para mim essa pessoa é um bosta (Não é o caso do Paul McCartney). Eu poderia tecer alguns nomes que considero VIP e você não iria saber nem a profissão desta pessoa. Portanto, antes de julgar alguém, se ele agiu certo ou não, saiba o que houve antes para evitar essas gafes suas de rir de uma pessoa a qual você não sabe nem o nome e que estava ali trabalhando e recebendo ordens. Se você é paga pau de pessoa famosa, o problema é seu...
No mundo de hoje não cabe mais esse tipo de comportamento. VIP hoje é qualquer um que paga R$ 10.000,00 (dez mil reais) em um camarote em Jurerê Internacional e está ali ao lado do ator da Globo ou do cantor sertanejo. Essa palavra perdeu seu significado a muito tempo, não cabe mais nos dias atuais. Aliás, dependendo do lugar não é nem bom ser VIP, que digam os “famosos” presos da “Operação Lavajato”, todos eles VIP’s no presídio onde estão!
Participantes de mesas redondas, vamos com calma, antes de abrirem a boca, saibam o que estão falando. Se quiserem uma opinião, aprendam com os mestres do Manhattan Connection, que além de saberem o que estão falando sabem fazer humor, jornalismo e informação da melhor forma possível. Algo prazeroso de se ver, e olha que é domingo às 23:00 horas, quando todo mundo quer dormir cedo para acordar para trabalhar na segunda-feira...