Nesta
semana eu estava assistindo um programa onde uma apresentadora estava ao lado
de pessoas que supostamente entende de todos os tipos de assunto e durante uma
hora eles discutiram de tudo um pouco. Todos eram pessoas famosas e cada um
emitia sua opinião, davam risadas, pediam a participação dos espectadores via
redes sociais, mas no final prevalecia o que eles falavam. Aliás, não vi nenhum
deles discutindo o que foi enviado pelas pessoas que estavam do outro lado da
tela.
O
programa tratava de assuntos do nosso cotidiano, e não exigia preparo intelectual
algum, ou seja, qualquer um, inclusive você poderia sentar ali naquela cadeira.
Até que chegou no último bloco, e a apresentadora colocou como tema o seguinte
fato que correu o mundo inteiro alguns dias atrás: um segurança barrou um
cantor em uma festa fazendo ele dar meia volta e ir embora para outro lugar.
Até
aí, normal, o “problema” segundo essa apresentadora é que esse cantor é
ninguém menos do que “Sir Paul McCartney”, que segundo essa infeliz ele era
integrante da banda mais famosa que Jesus Cristo e que isso era uma piada, que
jamais poderiam ter feito isso com ele, que o segurança não deveria conhecê-lo,
porque senão nunca iria impedir a sua entrada. Enfim, ela colocou o Paul como
uma pessoa acima de todas e que sua entrada tinha que ser permitida em qualquer
lugar do mundo, sendo ele convidado ou não.
Antes
que me xinguem ou teçam qualquer comentário, eu não vou aqui discutir a importância
do Paul McCartney no mundo, seja ele musical, espiritual, pessoal, enfim nada,
o cara é um ícone, isso não resta a menor dúvida mas vamos devagar com o andor.
Vou também mencionar que ele levou na brincadeira, não armou barraco algum e
saiu do local com uma fleuma britânica que lhe é peculiar. Ele em momento algum
disse a famosa frase babaca: sabe com quem está falando?
O
que há de errado em barrar uma pessoa em uma festa com lista de presença e o
nome desta pessoa não constava neste rol de ilustres convidados? Aliás, falta
de educação é você entrar em um local onde você não foi chamado, isso sim. Não
existem pessoas que têm livre acesso a qualquer lugar do mundo. No meu trabalho,
por exemplo, só entra quem for convidado ou fez algo por merecer estar ali, e
olha que trabalho em um espaço público.
Essa
apresentadora humilhou o segurança que impediu a entrada do Paul. Ora, e se o
dono desta festa, um Rapper, tinha algum problema pessoal com o ex-Beatle? Se
eu faço uma festa, entra quem eu quero, meus inimigos e desafetos querem que se
f..., quero que fiquem de fora (me desculpem).
Cara
apresentadora, em primeiro lugar, achei infeliz sua fala ao dizer que Paul McCartney
era de uma banda mais conhecida do que Jesus Cristo. Desnecessário essa sua comparação
e por sinal, de pouca criatividade, ainda mais de uma jornalista como você, que
teve o auge de sua carreira na MTV de muitos anos atrás. E, ninguém goza de um prestígio
que lhe dê passe livre para entrar em qualquer lugar que almeja, lembre-se que
o dinheiro e a fama podem muita coisa, mas não tudo.
Ninguém
é obrigado a conhecer todas as pessoas, as quais você chamou de VIP no seu
programa. Às vezes uma pessoa é VIP para você e para mim essa pessoa é um bosta
(Não é o caso do Paul McCartney). Eu poderia tecer alguns nomes que considero
VIP e você não iria saber nem a profissão desta pessoa. Portanto, antes de
julgar alguém, se ele agiu certo ou não, saiba o que houve antes para evitar
essas gafes suas de rir de uma pessoa a qual você não sabe nem o nome e que
estava ali trabalhando e recebendo ordens. Se você é paga pau de pessoa famosa,
o problema é seu...
No
mundo de hoje não cabe mais esse tipo de comportamento. VIP hoje é qualquer um
que paga R$ 10.000,00 (dez mil reais) em um camarote em Jurerê Internacional e
está ali ao lado do ator da Globo ou do cantor sertanejo. Essa palavra perdeu
seu significado a muito tempo, não cabe mais nos dias atuais. Aliás, dependendo
do lugar não é nem bom ser VIP, que digam os “famosos” presos da “Operação Lavajato”, todos eles VIP’s no
presídio onde estão!
Participantes
de mesas redondas, vamos com calma, antes de abrirem a boca, saibam o que estão
falando. Se quiserem uma opinião, aprendam com os mestres do Manhattan Connection,
que além de saberem o que estão falando sabem fazer humor, jornalismo e
informação da melhor forma possível. Algo prazeroso de se ver, e olha que é
domingo às 23:00 horas, quando todo mundo quer dormir cedo para acordar para
trabalhar na segunda-feira...
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