Rachel Sheherazade. Talvez você não conheça essa
mulher, mas ela tem estado na mídia nos últimos tempos devido aos seus
comentários ácidos e verdadeiros sobre a realidade que assola esse país da
América do Sul que você mora. Lógico que existem pessoas que não concordam com
a maneira que ela direciona sua carreira, mas querer tolher o seu direito de
falar é querer instalar uma ditadura/censura que não combina, ou pelo menos não
deveria combinar, mais com os dias atuais.
Um dos seus comentários que mais repercutiram foi sobre o menor infrator
que foi preso em um poste com uma tranca de bicicleta no Rio de Janeiro. O que
ela disse não vou repetir, e não vou discutir se é certo ou não o que ela
disse. O que mais me incomodou foi ver pessoas esclarecidas, e aí incluo alguns
de seus colegas de profissão e ainda Deputados, falarem um monte de baboseiras
a seu respeito sem respeitar seu direito de abrir a boca e exercer a sua
profissão.
Ora, caros leitores, vivemos em uma suposta democracia e se uma
jornalista, formada, com diploma, devidamente empregada em uma das maiores redes
de TV do País, não puder expor suas opiniões, então podemos trancar as portas
do Brasil e entregar para o presidente de Cuba, Venezuela ou Argentina onde
sabidamente a imprensa é censurada. E o pior é que sabemos que por trás dessas
críticas imbecis existe um tom político visto que esta jornalista sempre
critica o governo do PT em suas declarações. Daí entende-se tamanha dedicação
em algumas críticas.
Mas esse fato do menino estar preso a um poste em pleno Rio de Janeiro
pela população expõe o nível que está a paciência da população nos dias de
hoje. Chegou ao limite e acabou transformando o homem, um ser racional, em um
ser irracional, agindo como o homem das cavernas que resolvia seus problemas na
base do tacape. Certo eu tenho certeza que não é, pois temos Leis nesse País,
mesmo que elas não funcionem, mas não podemos atropelar o Estado e resolver por
conta própria nossos problemas. Mas de uma coisa eu tenho certeza, a violência
hoje virou uma coisa banal e ela é praticada tanto pelos bandidos como por
pessoas comuns que resolveram serem elas mesmas o Estado. E isso é muito
perigoso.
Mas o brasileiro tem a fama de ser condescendente com o errado. Aqui
existe o famoso jeitinho, o “eu não sabia”, o você sabe com quem está falando? Aqui
se vota no político que “rouba, mas faz!”. Aqui se doa dinheiro via internet
para o político condenado à pena de prisão para ele pagar sua dívida com a
Justiça! E você quer que alguém leve esse País a sério? Você leva? Fala a
verdade qual o político que você conhece que goza de total confiança sua? Eu,
não acredito em nenhum, mas é nenhum mesmo. Não estou dizendo que são ladrões
não, eu digo que a política é um negócio onde o interesse maior é do partido e
o povo é que se dane.
Como você me explica um partido como o PMDB apoiar PSDB e PT? São
partidos rivais, com ideologias totalmente diferentes. Qual a credibilidade de
um partido como esse? E olha que estamos falando de uma bancada extremamente
importante, não estamos dizendo dos famosos nanicos. Eu sou a favor de
candidaturas apartidárias, as pessoas podiam se lançar candidatas sem ter que
defender a bandeira de partido algum. Aí sim não seriam necessárias negociatas
para trocar favores. O eleitor poderia votar no que o candidato defende e não
seu partido. Hoje tem partido que “fica de mal” do governo porque não ganhou um
Ministério para ele. Por quê tamanho interesse assim?
Por isso defendo o deputado Jair Bolsonaro, que defende suas ideias e
ideais sem se preocupar com a opinião pública. Concordar ou não com o que ele
pensa vai de cada um, mas ter a coragem de dizer o que ele fala, no meio
político, poucos têm. Dizer que é contra casamento gay, falar que a melhor
coisa do Maranhão é o presídio de Pedrinhas, que bandido tem mais é que se fuder, ainda não vi. Político é medroso,
não entra em tema polêmico, não quer ir contra a maioria e perder a próxima
eleição.
Qual foi a última grande discussão polêmica que foi votado em nossas
Casas Legislativas? Uma Comissão do Senado teve a ousadia e covardia de impedir
que um plenário de 81 Senadores discutisse e votasse sobre a redução da
maioridade penal. O Brasil inteiro agora tem que engolir uma decisão dessas
porque meia dúzia de Senadores acham que um adolescente que mata, rouba,
trafica e estupra não pode pagar pelos seus crimes. Eu pago impostos, trabalho,
sou cidadão, e acho que merecia um pouco mais de respeito de quem tem o poder
da caneta deste país.
Daí quando vem uma jornalista defender suas ideias, expor sua indignação
na frente da televisão, vem meia dúzia de babacas dizer que ela é extremista,
que incita a violência, que tem que tirar do ar. Ora, deixem de ser hipócritas,
ela diz o que está na cara do brasileiro e o Governo não tem coragem de tomar
providência alguma. Investimento em segurança aqui no Brasil é motivo de piada.
Hoje chega-se ao absurdo de ver um policial armado com revólver, enquanto a
bandidagem anda de AR15. A polícia do meu Estado anda de gol...
Portanto, quando uma pessoa vem a público expor os podres desse País, não
fiquem com raiva, não saiam por aí defendendo políticos que não sabem nem da
sua existência, não critiquem quem está tentando alertar o povo sobre os fatos que
andam acontecendo nesse pedaço de terra chamada Brasil. Não achem que prender
um cara no poste é algo normal, se a situação chegou a esse ponto é porque
alguma coisa está errada, o sistema falhou. Agora, seja inteligente e vá cobrar
da pessoa certa, uma jornalista que transmite a notícia e emite sua opinião não
pode ser a responsável pela violência que assusta o cidadão nos dias de hoje.
Não defender a redução da maioridade penal e deixar que adolescentes
deitem e rolem na prática de crimes ficando praticamente impunes, é um estímulo
muito maior do que emitir uma opinião em um jornal da meia noite. O problema é
que tem um pessoal nesse País que não aceita críticas e acha que nós vivemos na
Suíça. Mas como disse Vin Diesel em seu filme rodado aqui mesmo no Rio de
Janeiro: “This is Brazil!”*
*Velozes e Furiosos 5
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