Nos
últimos tempos tenho reparado que nas conversas com meus amigos a preocupação de
todos é uma só para quem tem filhos: que mundo eles vão encontrar quando crescerem?
Ninguém acredita que será fácil, e o medo aflige a todos, seja no campo sexual,
intelectual, trabalhista, financeiro, político, qualidade de vida, enfim, a
previsão assusta a todos e isso nos faz ter um pouco mais de cabelo branco, um
pouco mais de stress e começamos a sofrer antes mesmo do jogo começar.
Eu
confesso que era paranoico assim também, mas ontem ao beber uma cerveja fiquei
pensando neste assunto e vi que a coisa não será tão feia assim como
imaginamos. Ao contrário, acho que deixaremos para nossos filhos um mundo bem
melhor do que encontramos, basta saber ensinar-lhes o caminho certo que eles
têm que percorrer, o resto é com eles.
Vamos
partir do princípio de que nós somos frutos da geração Woodstock. O festival
ocorreu no ano de 1969, e nós (eu e meus
amigos) nascemos por volta de uma década depois, um pouco mais, um pouco
menos. E o que era a moda naquela época dos nossos pais? Sexo livre, maconha,
rock’n roll, geração paz e amor, faça amor não faça guerra.
O
mundo nessa época era praticamente nulo em tecnologia. Não existiam iphones,
ipads, computadores ligados à internet, ninguém fazia parte de rede social
alguma, a galera usava all-star, bebia a cerveja que tinha, avião era coisa de
quem era muito rico, carros não tinham nem vidro elétrico, enfim, podemos
chamar de Idade do Povo RAIZ, para
usar um termo atual.
Antigamente
era a época de Rolling Stones, Beatles, Black Sabbath, Janis Joplin, The Doors,
Jimi Hendrix, e mais uma porrada de gente que até hoje toca no som de quem tem
um bom gosto musical. Todos eles eram loucos, usuários de drogas, beberrões,
comedores de morcego, mas quando subiam no palco deixava todo mundo louco com o
que escutava, era algo de qualidade, e que perdura até os dias atuais para a
salvação de muita gente.
Dito
isso pergunto a vocês: poderia se esperar muito de uma geração que quando
nasceu pregava-se o famoso sexo, drogas e rock’n roll? Se tudo continuasse como
se pregava um tempo atrás, será que o futuro do mundo era algo promissor? Será
que a nossa geração seria estragada? Não viraríamos nada? Acho que o que vimos
não foi bem por aí.
Acredito
que nossos pais quando se casaram e pensaram em ter filhos deviam pensar a
mesma coisa que nós hoje. O que será desse menino quando crescer, com o mundo
desse jeito, cheio de drogas, promiscuidade, essas músicas horrorosas?
Mas
crescemos e viramos o mundo de ponta a cabeça. Inventamos um novo meio de se
viver, com mais conforto, mais tecnologia, mais acesso ao luxo, mais
comunicabilidade, mais diversidade. Moldamos o Planeta de acordo com nossas
necessidades, e o estilo de vida de nossos pais não passam de nostalgia e geralmente
precedidos de comentários do tipo, “nossa,
que brega!”.
O
nosso “sexo, drogas e rock’n roll” hoje está apenas atualizado em relação aos
nossos pais. Hoje o sexo é livre também, mas cada um transa com quem quiser independente
do gênero, homem com homem, mulher com mulher, e acreditem até homem com
mulher! Sim isso felizmente existe, e ainda é necessário para perpetuarmos
nossa espécie.
As
drogas evoluíram e vão desde as naturais, hoje já nem são consideradas drogas,
até as sintéticas, responsáveis por alucinarem a cabeça do pessoal. Sei que
antigamente existia o ácido, mas era para poucos, não era tão acessível como é
hoje onde se compra “bala” com o
coleguinha da escola.
E
o rock? Aqui foi onde minha geração se perdeu. Trocamos a música verdadeira por
lixos musicais. Não soubemos procriar as grandes bandas e artistas de
antigamente que brotavam das mais escuras covas e até hoje lotam qualquer lugar
onde tocam. De vez em quando sai algo de bom da minha geração, algo que se dê
para ouvir, algo realmente decente. Mas, no geral a parte musical se perdeu,
hoje temos pessoas que dizem cantar sertanejo, funk, axé, mas que não duram 05
anos no mercado. São máquinas descartáveis de fazer dinheiro, apenas isso.
E
hoje as nossas preocupações são as mesmas de nossos pais. Será que meu filho
vai se envolver com drogas? Onde estará a moral das pessoas no meio de tanta
promiscuidade? Será que minha filha vai dançar funk rebolando a bunda na frente
de todo mundo? Vai sair para uma festa e ficar com quantos der vontade, fazer
uso abusivo de drogas, álcool e outras coisas mais? Os anos passaram mas nada
mudou.
A
verdade é que daqui a dez anos ou mais, que vai ser quando minha filha e as
filhas(os) dos meus amigos começarem a entrar na adolescência o mundo será
outro, com novas informações, novas ideias, novas oportunidades, ele não terá
nada a ver com o que vivemos hoje assim como foi a nossa adolescência e começo
da vida adulta.
Eu
presenciei coisas que meu pai me ensinou ser errada, tive amigos que se
envolveram com coisas não recomendadas, mas nem por isso eu me perdi na vida.
Meu pai nunca me ofereceu um copo de cerveja nem de qualquer bebida, mas sempre
me falou sobre os efeitos que o álcool causa no organismo. Hoje eu bebo minha
cerveja do lado dele sem problema algum, ele me ensinou a ter limites. Nunca
precisei fumar maconha para pertencer a qualquer grupo de pessoas e nunca fui
chamado de careta.
É
isso que eu penso hoje. Se eu souber passar para a minha filha os verdadeiros
valores da vida ela não terá problemas com o mundo que ela irá encontrar no
futuro. Amizade pode lhe ensinar algo, mas nunca será tão convincente quanto o
conselho de um pai. Claro que existem exceções, mas aí pode-se creditar na
conta do destino ou outros fatores da vida.
Ser amigo de seu filho é fundamental para ele absorver seus ensinamentos,
mostre para ele os caminhos da vida e deixe-o decidir mas sempre caminhe ao
lado dele, família é o porto seguro de qualquer pessoa.
Quem
sabe a minha filha no futuro possa estar bem melhor do que a geração de hoje?
As modinhas de hoje pode ser o careta, o brega de amanhã e aí, aquela
preocupação que nós antecipamos em ter, pode ter sido em vão. Quem sabe essa
geração saúde que está se formando hoje nas academias, nas ruas, possa ignorar
as drogas, o álcool? Quem sabe oportunidades surgirão bem mais para eles do que
as que o mundo hoje fornece para os adultos, e os hobbies de hoje sejam a
profissão do futuro?
A
verdade é que ninguém sabe o dia de amanhã. Devemos fazer o que for melhor para
os nossos filhos hoje, ensinar eles a andarem sozinhos e no caminho certo, e
ter Fé que o futuro deles será melhor do que o nosso. É possível? Claro que
sim, o ser humano tende a evoluir sempre...
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