quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Por menos "mimimi" e mais cerveja*



Já vivemos na era das cavernas, no período do feudalismo, na revolução industrial, guerra fria, revolução digital e tecnológica e definitivamente estamos na era do “mimimi”. Nunca vi um povo reclamar tanto, ser tão sensível e cheio de direitos como a população que habita esse planeta atualmente.
Roger Moreira do Ultrage a Rigor escreveu uma música há décadas atrás que se chama “Eu gosto é de mulher”, e na letra ele diz: eu sou assim meio atrasadão, conservador, reacionário e caretão, pra quê ser diferente, se eu fico sem mulher eu fico até doente, mulher que lava a roupa, mulher que guia carro, mulher que tira a roupa, mulher para tirar sarro...
Imagina isso hoje. Os hipócritas iam cair de pau no Roger, iam dizer que isso rebaixa a mulher, que ela foi citada como mera dona de casa, objeto sexual, enfim, um monte de idiotices. Uma simples música ia ser matéria para três páginas da VEJA, iam abrir debates nos programas de pessoas “cultas” que entendes de todos os tipos de assunto do universo, enfim, iam gerar uma discussão extremamente banal por uma simples letra de uma música. O cara simplesmente colocou na letra o que ele sente: eu gosto é de mulher! E qual homem que não gosta?!
O problema é a sensibilidade humana que está acima do limite aceitável. Tudo que você fala em um determinado tom já é encarado como preconceituoso, machista, fora da realidade, não se encaixa nos padrões modernos, e mais um monte de coisas. Hoje somos obrigados a gostar de todo mundo, aceitar tudo que se faz aqui neste Planeta Terra e não temos mais o poder de mandar ninguém à puta que pariu (me desculpem o palavrão).
Ora, espera lá, vai devagar com o andor meu filho. Tenho opinião própria, fui criado assim, estudei, e tenho o direito de falar o que eu quero, gostar de quem eu quero e emitir minhas ideias e opiniões sim. Desde que eu respeite o outro, não abuse desse meu direito e não agrida ninguém, eu quero ser livre para me expressar. Se isso incomoda alguém, saiba que certas atitudes também me incomodam e o mundo possui um tamanho razoável que nos permite viver em harmonia, cada um no seu canto e seus ideais.
Se uma pessoa chegar em  um lugar com sua família e ali tiver um casal gay se pegando e ele não quiser que seus filhos vejam aquela cena e se retira do local, o mundo vai cair na sua cabeça. Mesmo ele tendo sido educado de uma maneira diferente, mesmo que sua crença religiosa não entenda aquilo como certo, enfim, tudo que lhe foi repassado durante toda a sua criação, quando seu caráter foi formado tem que ser jogado fora porque os outros querem e acham que hoje não cabe mais esse tipo de atitude. Ora, tenha santa paciência.
Não me venha com o “mimimi” me chamando de preconceituoso. Calma aí, quem disse que eu sou obrigado a gostar de tudo que acontece por aqui nessa Bola Azul chamada Terra? Não sou não. Não vou nunca tratar alguém mal, falar impropérios, tecer qualquer comentário que denigra alguém simplesmente pela sua escolha sexual, cor da pele, status social, enfim qualquer coisa. Eu quando eu não gosto de uma pessoa primeiramente eu tenho que conhecê-la para depois emitir uma opinião sobre ela, esse negócio de julgar, ter um pré-conceito de alguém é coisa de pessoa fraca das ideias.
Não gosto de pessoas que citam uma característica sua para exigir direitos ou se fazerem de vítimas. O famoso Ah, só fez isso porque sou negro, porque sou gay, porque sou pobre, porque sou índio, porque sou cadeirante, porque sou velho, porque sou... Hoje em dia todo mundo quer ser “minoria”, quer tirar vantagem de tudo. Põe na sua cabeça que nada disso faz de você melhor ou pior do que alguém, não te faz ter mais direito ou menos direito do que as demais pessoas, se é que essa outra pessoa também não se encaixa em alguma nova classe que foi criada para ter privilégios sem dizer o porque.
Uma coisa é você criar leis que permitam acessibilidade para um cadeirante, fila preferencial para idosos e gestantes, outra coisa é você criar cotas nas universidades para negros. Por quê? Qual o sentido disso? Ah, o país tem uma dívida com eles devido a época da escravidão! E a pessoa que não for considerada negra, o que ela tem a ver com isso? Um negro que cursou as melhores escolas disponíveis tem que ser privilegiado no lugar do menino branco que só estudou em escola de péssima qualidade e com certeza nunca terá a chance de ser tão competitivo intelectualmente a não ser que ele seja um gênio? Repito, qual o sentido disso?
Vivemos na época do capitalismo, só tem predadores no mundo. Tem que vencer quem são os melhores, foi assim desde a época de Darwin. É a seleção natural. O Roberto Justus estava em um programa de humor e o apresentador colocou três mulheres lindas na frente dele e perguntou qual ele contrataria. O apresentador, querendo ser engraçado disse que era a mais gostosa. O Justus naquela elegância dele disse o seguinte: eu contrataria a mais competente. Simples assim. Não contrataria ela por ser negra, gay, cadeirante, índia, mulata, asiática, amarela, enfim, ele escolheria quem encaixasse no perfil que ele queria e esses detalhes acima mencionados não contam na hora de colocar seu cérebro para funcionar e gerar lucro para a empresa que qual você foi contratado.
Esta semana vendo uma rede social e vi uma pessoa se manifestar sobre o aborto. Era contra. Ótimo, eu também sou, mas e a opinião do outro, não pode ser levada em consideração? Existe uma lei que pune o aborto, porém, ela permite que em algumas situações seja legal essa prática. O Nosso Supremo Tribunal esta semana permitiu o aborto até três meses, e alegou entre outras justificativas o direito igual entre homem e mulher. Sem entrar no mérito da questão, só queria dizer aos radicais que são contra, alegando que ali tem uma vida: não abortem! Deixa quem quiser abortar que faça, desde que seja de maneira legal. Se o pai e a mãe daquele feto não tem amor na criança que está ali dentro, não será você que irá amar.
Poderia se alegar que o feto é indefeso. Sim, mas milhares de pessoas indefesas morrem todos os dias e ninguém grita por elas. Respeite a mulher grávida, respeite o corpo dela e suas convicções, sejam elas religiosas, morais ou estéticas.
Tem muito mais “mimimis” hoje em dia. Acho que devemos lutar por aquilo que acreditamos, devemos ir às ruas sim, mas desde que seja por algo que valha a pena, vamos respeitar a opinião do outro, o estilo de vida de cada um, saiba que nem todo mundo gosta de você, independente por qual motivo seja, às vezes pode ser uma coisa besta, mas deixa de ser chato e aceite isso.
Não fique invadindo escolas, nem virando carros nas ruas para se fazer ouvir. O mundo está cheio de lugares e meios para se discutir algo que você acredita, essa ideia de ser revolucionário, de usar camisetinha do ditador de boina, de charuto, não cabe mais hoje em dia não. Hoje a guerra é de inteligência, tem que usar o cérebro. Fica a dica.
Donald Trump foi eleito para isso. Pelo fim do “mimimi”. Falou o que quis, defendeu seus ideais, suas convicções, foi real, não omitiu nada do que pensa e foi eleito Presidente da Democracia mais invejada do mundo. Gostou da vitória dele? Não? O choro é livre...

* eu li isso em algum lugar e achei perfeito. Provavelmente foi em alguma rede social ou site de cerveja.


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