Há
algumas semanas atrás eu recebi uma mensagem de um amigo meu sobre uma página
no instagram nominada we_have_to_stop a qual ele disse que
daria um bom tema para ser escrito aqui. O tema é o uso sem limite e assustador
do celular em toda e qualquer situação da vida de uma pessoa. Aposto que muitos
que estão lendo este POST agora se encaixam nesta situação (inclusive quem vos
escreve).
Afinal
qual é o limite para se postar um fato na internet? Tenho certeza absoluta que
hoje não há limites, postamos desde o resultado do órgão excretor humano até onde
a imaginação conseguir chegar. Somos bombardeados por fatos e fotos
inimagináveis que nos causam as mais diversas reações que nos fazem
compartilhar, curtir, chorar, sorrir, ser irônico, e a maioria das vezes nos
faz ter inveja de não ter sido o autor daquele POST, de estar naquele lugar,
comendo aquela comida, com aquela companhia, enfim, qualquer situação que faça
aguçar o mais praticado dos pecados capitais.
Existem
diversos tipos de usuários dos perfis sociais. O mais comum é aquele que quer
apenas dividir o que está acontecendo em sua vida atualmente sem nenhuma
maldade, sem nenhum compromisso, sem nenhuma intenção de causar sentimentos
negativos em ninguém. Geralmente é aquele que posta fotos da família, dele em
um buteco bebendo uma breja, foto do cachorrinho de estimação, foto do prato de
comida com arroz, feijão, bife e batata frita entre outras coisas bem
inocentes.
Existe
o perfil de usuário que gosta de postar o que não é. Posta foto em um carro
importado, mas na verdade ele está apenas de carona. Posta fotos de lugares
paradisíacos ou nos lugares da moda mas está ali bancado por um amigão seu. Posta
foto bebendo whisky 18 anos mas quem banca é o famoso amigão. Um mês atrás eu
fui em um aniversário de criança e um amigo da minha esposa definiu uma pessoa
que é esse tipo de gente: “A fulana é aquele pessoa que não tem nada na vida
mas é amiga do cara que tem carro importado, anda de helicóptero, patrocina as
festas, mas ela mesmo não tem nada”.
Existem
vários outros tipos de usuários. Tem o que só postam coisas de igreja, quem só
posta putaria. Os que gostam de política e são contra ou a favor do partido do
governo atual, enfim, cada um tem o seu perfil nas redes e faz dela o proveito
que achar melhor.
Mas
o que quero realmente dizer aqui é: qual é o limite disso tudo. A que ponto
chegamos de largar de fazer coisas realmente úteis para ficar de frente para um
tablet, celular ou computador para expor a sua vida ou saber da vida alheia? Um
vocalista de uma banda mundialmente conhecida que esteve aqui no Brasil
recentemente disse que o brasileiro é engraçado pois paga caro para ver um show
dele e acompanha tudo pelo celular, fica só fazendo selfie, filmando ou
fotografando ao invés de acompanhar o que realmente importa que é a banda que
está ali a poucos metros de distância.
Semana
passada eu estava ouvindo um programa na rádio quando os apresentadores estavam
fazendo propaganda de um aplicativo de cantadas virtuais. Espera aí pessoal,
desde quando você paquera alguém através de mensagens do celular? Que coisa
mais sem nexo é isso. Por isso que os adolescentes de hoje não conseguem trocar
meia dúzia de palavras com o sexo oposto, pois não tem coragem ou simplesmente
não sabem conversar. Se tirar o telefone deles parece que tiraram noventa por
cento do seu cérebro.
A
idéia de que a informação está ao alcance de todos necessita de uma vírgula
logo após a palavra todos. O certo seria dizer que a informação está ao alcance
de todos, desde que a pessoa pesquise ou leia sobre ela. Não adianta ter um
GOOGLE para procurar somente fofocas, baladas e receitas de bolo. E também não
adianta fazer um control c, control v, tem que ler o que está escrito ali, fazer
um resumo ao menos mental e entender, senão não adianta. Copiar e colar é coisa
de criança que está fazendo o primário.
Não
resta a menor dúvida que as redes sociais servem para manter contato com amigos
distantes, ver o que acontece na vida das pessoas que conhecemos, que somos
fãs, ver o que está rolando de bom nessa imensa bola azul onde moramos, o que
está na moda, que som está rolando, que lugar paradisíaco é bom para você ir,
como fazer uma comida diferente, serve literalmente para tudo hoje em dia. Mas serve
para te deixar escravo do mundo virtual e fazer de você um completo babaca.
Nada
que vicia é bom. Não tenho nada contra as redes sociais, pelo contrário, sou
usuário das principais e acho que elas são muito úteis, mas “beba
com moderação dessa fonte” não se embriague nesse mar de informações
que lhes são despejadas a cada minuto, não faça da internet um livro aberto da
sua vida, lembre-se que não queremos saber de tudo que acontece com você, saiba
separar as coisas que podem e as que não merecem ser divulgadas com seus
seguidores.
Não
gaste todo seu tempo com a internet, tire um tempo para ler um livro, namorar
pessoalmente e não virtualmente, praticar um esporte, ir para o bar com os
amigos sem precisar conversar pelo whatsapp, enfim, viva a vida “ao
vivo” e não apenas virtualmente. Experimente e você vai ver que fora do
computador tem uma vida real que vale muito mais a pena do que esse mundo de
fantasias que você vê pela tela do seu iphone.
Não
menospreze nunca o poder que a internet tem, ela tanto pode te levar ao mais
alto grau de conhecimento, como também pode fazer de você um completo
retardado...
Fica
a dica...