quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O País da Anita

Na década de 80 o cantor Cazuza compôs uma música chamada BRASIL onde ele exaltava as “qualidades” de nosso país como: Brasil mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim, Brasil, Qual é o teu negócio? O nome do teu sócio? Confia em mim. Na mesma época Renato Russo perguntava em uma das suas mais famosas canções: Que país é esse? E comparava as favelas ao Senado onde se tinha sujeira para todo lado e ninguém respeita a Constituição.
O que mudou de 80 para cá? Vivemos em um País melhor ou pior? Para responder esta pergunta devemos perguntar mais especificamente. Por exemplo: politicamente algo mudou?  A vida do brasileiro mudou? Não só a vida, mas o brasileiro em si, mudou? Os nossos compositores acima mencionados e já falecidos precisariam compor novas canções ou as antigas ainda fariam algum sentido no século em que vivemos?
Politicamente acho que o brasileiro nunca vai aprender. Não sabemos votar e nunca vamos aprender. Já elegemos um caçador de marajás que acabou tendo o privilégio de ser nosso primeiro presidente a sofrer um processo de impeachment.Nessa época tínhamos escândalos atrás de escândalos e o congresso tinha os famosos anões do orçamento. Depois elegemos um sociólogo que criou a nossa moeda.
Passamos por outros Presidentes, um metalúrgico esquerdista que iniciou a maior era de escândalos nunca vistos antes na história desse país envolvendo centenas de parlamentares, chefes de executivos e empresários (nossos sócios). Sua sucessora teve a honra de colocar o Brasil na maior crise de sua história, além de ser mestre em gafes ao resolver abrir a boca, e no final foi premiada com mais um impeachment.
Ou seja, nada mudou. O brasileiro não aprendeu a votar e nem vai. Hoje qualquer pesquisa, seja ela séria ou não podemos ver encabeçando as intenções de voto um ex-presidente que responde a quase uma dezena de inquéritos e com uma condenação de quase dez anos de cadeia.
Por isso que digo que nosso País nunca vai mudar e que nós merecemos nossos governantes. Afinal, que moral nós temos para criticar um americano que elegeu um dos maiores empresários do mundo como seu presidente enquanto por aqui na terra brasilis elegemos literalmente um palhaço, cantor sertanejo, ex-integrante de reality show, jogador de futebol, enfim, nosso Congresso é para famosos, uma revista Caras, uma passarela para desfiles, onde quem tem fama ou dinheiro consegue o ingresso VIP.
Brasileiro foi para a rua, protestou, xingou, perdeu amizade, fundou movimentos, e com todo esse ímpeto conseguiu uma primeira vitória e tirou do poder a rainha, uma torre, um cavalo e um bispo, mas esqueceu que o jogo só acaba quando rei cai e que os peões também podem destruir o adversário e acabar com o jogo. O xadrez continua e algumas peças através de recursos estão voltando ou querendo voltar ao tabuleiro.
Vivemos a decadência moral em nosso País. Onde para tudo é invocado o DIREITO. Direitos humanos, direito de liberdade de expressão, direito de cultura, direito de direito, enfim, todos querem ter direitos e não se tolera opinião contrária.
Os direitos humanos existem apenas para bandidos. Não se viu nunca a preocupação dessas pessoas com a vítima. Se uma vida é perdida, se uma mulher é estuprada, se uma mulher é espancada os direitos humanos não ligam, mas se o policial gritou com o bandido e não passou a mão na cabeça dele, não serviu almoço para ele nem colocou Mozart para ele ouvir aí há um verdadeiro estardalhaço desses hipócritas.
Direitos de liberdade de expressão também existe mas são seletivos. A esquerda não aceita que se falem mal dos seus pupilos e das suas ideias. Não se pode criticar nada que já vem o famoso “te meto um processo”. Defender pensamentos que vão contra a maioria você corre o risco de ser linchado.Vivemos uma ditadura de pensamentos iguais mesmo que não sejamos adepto da filosofia proclamada. Tudo isso por medo de ficar isolado do resto da turma. Aqui faço um parêntese dos inúmeros programas de TV onde supostos intelectuais e artistas defendem seus pensamentos e querem que todos baixem a cabeça para eles e digam amém. É uma quantidade de bobagem absurda dita por essas pessoas que têm uma ideologia de vida boçal que parecem que vivem em outro planeta.
O direito de cultura é novo. O Brasil foi invadido por uma nova safra de “artistas” que enfiam o dedo no rabo do outro, colocam crianças para tocar um homem nu, cagam e mijam em fotos, músicas com letras sem noção,e tudo isso em nome da arte. Coitada dessa geração que é obrigada a ver um monte de lixo impostos por falsos intelectuais que não sabem o que fazer e ficam curtindo com a cara das pessoas dizendo que fazem arte. E o pior é que há dinheiro público financiando muita coisa podre no Brasil através de uma Lei que não sei porque saiu do papel. Sou a favor de que arte quem financia é o privado, o governo tem coisas mais importantes para se preocupar.
Enfim, vivemos numa época cheia de regras, pessoas chatas, onde temos que medir palavras, gestos, pessoas estão muito sensíveis, com pensamentos idiotas, onde chegou-se ao ponto de um dos maiores artistas brasileiro, dizer que Monteiro Lobato não o representa porque ele fez uma saci que era negro, que quem fazia as receitas no Sítio do Pica Pau Amarelo era a Tia Anastácia mas quem leva a fama é a D. Benta. Ah, me poupe!
É muito mimimi, muito ah, fez isso porque sou negro, ah, falou isso porque sou gay. Acorda pessoal, o mundo hoje só sobrevive quem é bom, o capitalismo está engolindo as pessoas e só vai ficar quem for forte. Pessoas chatinhas são fracas e sucumbem diante de qualquer coisa e ainda põe a culpa no outro. Como pode alguém dizer uma bobagem de um dos maiores escritores do Brasil como Monteiro Lobato? E o pior é que esse artista é muito bom no que faz, mas levou para o lado do racismo algo que só existe na mente dele.
Acredito que teremos uma revolução civil ainda onde voltaremos a ser como antes, podendo expor nossas ideias sem medo de um processo. Podendo gostar de quem realmente queremos e não por pensamentos, cor de pele ou opção sexual. Podemos ouvir nossas músicas que gostamos e não a modinha lixo que dura um verão.
Não é à toa que quando se cantam hoje nos shows Que país é esse? a multidão grita: é a porra do Brasil! Um povo que não sabe votar, que artistas enfiam o dedo no rabo do outro, políticos e empresários presos com escândalos nababescos, bandidos desfilam com arma de guerra em plena luz do dia numa das cidades mais lindas do mundo, nosso melhor jogador de futebol chora no colo do técnico porque falam mal dele, nossa maior representante musical é a Anita, e você quer que isso aqui ainda dê certo? Boa sorte...





quarta-feira, 3 de maio de 2017

Que mundo esperar para os nossos filhos



Nos últimos tempos tenho reparado que nas conversas com meus amigos a preocupação de todos é uma só para quem tem filhos: que mundo eles vão encontrar quando crescerem? Ninguém acredita que será fácil, e o medo aflige a todos, seja no campo sexual, intelectual, trabalhista, financeiro, político, qualidade de vida, enfim, a previsão assusta a todos e isso nos faz ter um pouco mais de cabelo branco, um pouco mais de stress e começamos a sofrer antes mesmo do jogo começar.
Eu confesso que era paranoico assim também, mas ontem ao beber uma cerveja fiquei pensando neste assunto e vi que a coisa não será tão feia assim como imaginamos. Ao contrário, acho que deixaremos para nossos filhos um mundo bem melhor do que encontramos, basta saber ensinar-lhes o caminho certo que eles têm que percorrer, o resto é com eles.
Vamos partir do princípio de que nós somos frutos da geração Woodstock. O festival ocorreu no ano de 1969, e nós (eu e meus amigos) nascemos por volta de uma década depois, um pouco mais, um pouco menos. E o que era a moda naquela época dos nossos pais? Sexo livre, maconha, rock’n roll, geração paz e amor, faça amor não faça guerra.
O mundo nessa época era praticamente nulo em tecnologia. Não existiam iphones, ipads, computadores ligados à internet, ninguém fazia parte de rede social alguma, a galera usava all-star, bebia a cerveja que tinha, avião era coisa de quem era muito rico, carros não tinham nem vidro elétrico, enfim, podemos chamar de Idade do Povo RAIZ, para usar um termo atual.
Antigamente era a época de Rolling Stones, Beatles, Black Sabbath, Janis Joplin, The Doors, Jimi Hendrix, e mais uma porrada de gente que até hoje toca no som de quem tem um bom gosto musical. Todos eles eram loucos, usuários de drogas, beberrões, comedores de morcego, mas quando subiam no palco deixava todo mundo louco com o que escutava, era algo de qualidade, e que perdura até os dias atuais para a salvação de muita gente.
Dito isso pergunto a vocês: poderia se esperar muito de uma geração que quando nasceu pregava-se o famoso sexo, drogas e rock’n roll? Se tudo continuasse como se pregava um tempo atrás, será que o futuro do mundo era algo promissor? Será que a nossa geração seria estragada? Não viraríamos nada? Acho que o que vimos não foi bem por aí.
Acredito que nossos pais quando se casaram e pensaram em ter filhos deviam pensar a mesma coisa que nós hoje. O que será desse menino quando crescer, com o mundo desse jeito, cheio de drogas, promiscuidade, essas músicas horrorosas?
Mas crescemos e viramos o mundo de ponta a cabeça. Inventamos um novo meio de se viver, com mais conforto, mais tecnologia, mais acesso ao luxo, mais comunicabilidade, mais diversidade. Moldamos o Planeta de acordo com nossas necessidades, e o estilo de vida de nossos pais não passam de nostalgia e geralmente precedidos de comentários do tipo, “nossa, que brega!”.
O nosso “sexo, drogas e rock’n roll” hoje está apenas atualizado em relação aos nossos pais. Hoje o sexo é livre também, mas cada um transa com quem quiser independente do gênero, homem com homem, mulher com mulher, e acreditem até homem com mulher! Sim isso felizmente existe, e ainda é necessário para perpetuarmos nossa espécie.
As drogas evoluíram e vão desde as naturais, hoje já nem são consideradas drogas, até as sintéticas, responsáveis por alucinarem a cabeça do pessoal. Sei que antigamente existia o ácido, mas era para poucos, não era tão acessível como é hoje onde se compra “bala” com o coleguinha da escola.
E o rock? Aqui foi onde minha geração se perdeu. Trocamos a música verdadeira por lixos musicais. Não soubemos procriar as grandes bandas e artistas de antigamente que brotavam das mais escuras covas e até hoje lotam qualquer lugar onde tocam. De vez em quando sai algo de bom da minha geração, algo que se dê para ouvir, algo realmente decente. Mas, no geral a parte musical se perdeu, hoje temos pessoas que dizem cantar sertanejo, funk, axé, mas que não duram 05 anos no mercado. São máquinas descartáveis de fazer dinheiro, apenas isso.  
E hoje as nossas preocupações são as mesmas de nossos pais. Será que meu filho vai se envolver com drogas? Onde estará a moral das pessoas no meio de tanta promiscuidade? Será que minha filha vai dançar funk rebolando a bunda na frente de todo mundo? Vai sair para uma festa e ficar com quantos der vontade, fazer uso abusivo de drogas, álcool e outras coisas mais? Os anos passaram mas nada mudou.
A verdade é que daqui a dez anos ou mais, que vai ser quando minha filha e as filhas(os) dos meus amigos começarem a entrar na adolescência o mundo será outro, com novas informações, novas ideias, novas oportunidades, ele não terá nada a ver com o que vivemos hoje assim como foi a nossa adolescência e começo da vida adulta.
Eu presenciei coisas que meu pai me ensinou ser errada, tive amigos que se envolveram com coisas não recomendadas, mas nem por isso eu me perdi na vida. Meu pai nunca me ofereceu um copo de cerveja nem de qualquer bebida, mas sempre me falou sobre os efeitos que o álcool causa no organismo. Hoje eu bebo minha cerveja do lado dele sem problema algum, ele me ensinou a ter limites. Nunca precisei fumar maconha para pertencer a qualquer grupo de pessoas e nunca fui chamado de careta.
É isso que eu penso hoje. Se eu souber passar para a minha filha os verdadeiros valores da vida ela não terá problemas com o mundo que ela irá encontrar no futuro. Amizade pode lhe ensinar algo, mas nunca será tão convincente quanto o conselho de um pai. Claro que existem exceções, mas aí pode-se creditar na conta do destino ou outros fatores da vida.  Ser amigo de seu filho é fundamental para ele absorver seus ensinamentos, mostre para ele os caminhos da vida e deixe-o decidir mas sempre caminhe ao lado dele, família é o porto seguro de qualquer pessoa.
Quem sabe a minha filha no futuro possa estar bem melhor do que a geração de hoje? As modinhas de hoje pode ser o careta, o brega de amanhã e aí, aquela preocupação que nós antecipamos em ter, pode ter sido em vão. Quem sabe essa geração saúde que está se formando hoje nas academias, nas ruas, possa ignorar as drogas, o álcool? Quem sabe oportunidades surgirão bem mais para eles do que as que o mundo hoje fornece para os adultos, e os hobbies de hoje sejam a profissão do futuro?
A verdade é que ninguém sabe o dia de amanhã. Devemos fazer o que for melhor para os nossos filhos hoje, ensinar eles a andarem sozinhos e no caminho certo, e ter Fé que o futuro deles será melhor do que o nosso. É possível? Claro que sim, o ser humano tende a evoluir sempre...


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

E se não houvesse carnaval?



Já faz uma semana que está rolando nas redes sociais uma imagem de uma multidão comemorando o carnaval na cidade do Rio de Janeiro. Só que ao invés de exaltarem esta festa popular, a pessoa teve a grandeza, o espírito de nacionalismo e a capacidade de dizer que estes foliões deveriam era lutar por um Brasil melhor, menos corrupto, com mais educação, enfim, aquele tradicional papo ufanista e utópico.
Em primeiro lugar gostaria de dizer que não gosto de carnaval. É uma multidão correndo atrás de um carro de som usando a mesma roupa e escutando as mesmas músicas, todo mundo bebendo muito e fazendo o que geralmente não faria em estado sóbrio. Enfim, é um pequeno inferno neste pedaço da América do Sul.
Mas o nosso país é conhecido mundialmente também pelo Carnaval. É uma festa tradicional, que gera milhões de dólares de lucro, traz uma fonte de renda para muita gente, aumenta o turismo em milhares de cidades, seja do interior ou da capital, é uma festa onde ricos e pobres se divertem do mesmo jeito. Querer cortar uma comemoração como esta é no mínimo uma insanidade.
A vida não é feita só de contas para pagar não. Lógico que na quarta-feira de cinzas as contas estarão vencendo do mesmo jeito, a corrupção no país estará sendo capa de revista, o desemprego continuará assustando muita gente, a educação no Brasil não vai decolar, a segurança pública não ser valorizada, enfim, tudo vai ser como antes de sexta-feira, nada vai mudar para melhor ou pior. Se não houvesse o carnaval o brasileiro continuaria na merda do mesmo jeito.
Esse negócio de ir pra rua reivindicar uma vida melhor não resolve muito. Lógico que tem o impacto visual, demonstra um sentimento do povo naquele momento, mas de nada adianta fazer passeata e o eleitor vota no palhaço, votar no ator da globo, no cantor, e o pior ainda votar no político de carreira. O problema não são os quatro dias de folia, o problema é o que o cidadão faz no resto do ano.
Eu não luto por uma educação melhor indo para a rua reivindicar. Eu tenho que reclamar com o meu secretário de educação, eleger um político que vai lutar por essa causa. Tenho que cobrar do Ministro, do Governador, do Presidente, e se ele não me der uma resposta a altura eu tenho que trocá-lo. Não posso eleger um político durante décadas.
Ir pra rua foi bom para derrubar Collor e Dilma, mas isso não funciona para problemas maiores. Tirar um presidente não é o mesmo que revolucionar o ensino do Brasil, não é o mesmo que resolver o problema da segurança pública.
E pode ter certeza que o problema do brasileiro não é o carnaval. Deixemos de ser hipócritas. O carnaval é uma festa do povo, movimenta a economia, é a oportunidade de pessoas ganharem dinheiro, seja vendendo cerveja, seja fazendo abadá, enfim, o que não falta é criatividade para nós nessas horas. Cada um se vira como pode. Me diz qual o problema de esquecer tudo e festejar durante quatro dias?
Se o cara quer se vestir de mulher, se o outro quer sair beijando tudo e todas, se o outro quer encher a cara, ou se a pessoa, ao contrário de todas, quer apenas ler um livro no feriadão, ninguém tem nada com isso. Muitas vezes quem posta este tipo de manifestação nas redes sociais nunca lutou nem por um sanduíche com seu irmão mais velho quando era criança.
O brasileiro está aprendendo a lutar pelos seus direitos, está apenas engatinhando, mas já é um começo. Uma mudança não se faz da noite para o dia, nem se faz somente indo para as ruas, a inteligência tem que reinar sempre. Você acha que Donald Trump venceu a eleição americana apenas pelas suas palavras rústicas e ataques às pessoas? Manifestação é apenas um estágio da luta pelo poder, por melhorias, enfim por algo novo.
Não adianta nada ir para as ruas e durante uma greve da Polícia saquear supermercado. Não adianta nada ir para as ruas e eleger o mesmo político que está sendo acusado de corrupção toda semana. Não adianta ir para as ruas e não dar educação para seus filhos para quando eles crescerem serem homens e não hóspedes de penitenciária. Não adianta nada ir para as ruas como o super-homem se depois você vira o Clark kent (a identidade secreta e covarde do super-homem para quem não sabe).
Por isso, você que posta qualquer coisa na sua timeline de rede social, veja bem o que aquele post significa. Ir pra rua é sempre bom, cada um com seus motivos, suas ideias, suas opiniões, reivindicações, enfim, deixa o povo pular no bloquinho, e se ele quiser ele vai pra rua para lutar pelo nosso Brasil. Mas carnaval bom é na rua mesmo, e lutar pelo seu país pode ser feito de diversas maneiras, inclusive dentro de casa ou de maneira silenciosa como acontece quando você está ali na frente da cabine de votação e o seu futuro está a um confirma na tecla verde.